2020 foi um ano marcado por diversos IPOs (Initial public offerin), que é quando uma empresa entra na Bolsa de valores e tem suas ações negociadas pela primeira vez para o público em geral.

Quando uma empresa começa a ser negociada na bolsa ela tem uma série de obrigações a cumprir, entre elas a de divulgação ampla e aberta de seus relatórios financeiros e operacionais, além de comunicar ao mercado decisões estratégicas da empresa quando elas foram tomadas, isso faz com que o investidor tenha boas chances de avaliar bem a empresa.

Entre outras obrigações a empresa tem que, também, distribuir parte de seus lucros para os acionistas na forma de dividendos.

Os IPOs trazem boas chances de lucro no curto e no longo prazo caso a empresa seja realmente boa, mas, você deve estar se perguntando: por que os donos da empresa resolveriam abrir o capital e dividir os lucros com outros investidores?

Essa pergunta é interessante em muitos graus, vejamos que quando uma empresa abre o capital na bolsa ela está querendo dinheiro, normalmente para investir em sua expansão, e essa busca por mais capital de terceiros leva a fazer um IPO.

Certo, mas não seria mais fácil pedir dinheiro emprestado a um banco?

E a resposta é um belo “Não!”




Os bancos cobram taxas de juros sobre esses empréstimos, que muitas vezes pressionam a empresa no curto prazo. Lembrando que um projeto de expansão costuma demorar alguns anos para começar a dar lucro e um empréstimo cobra os juros independente de lucros.

Veja como é uma idéia inteligente para diversas empresas abrirem o capital, principalmente quando têm nome já consolidado no mercado. As empresas atraem esse dinheiro de investidores que acreditam que podem lucrar ao longo do tempo com elas e de especuladores que querem que elas subam no início para venderem com alto ganho.

Para a empresa em si esse é o melhor cenário, pois, independente de as pessoas negociarem as ações dela na bolsa (que chamamos de mercado secundário) isso não afeta em nada o quanto ela recebeu, e só terá de pagar aos acionistas quando tiver lucro e somente com parte desses lucros, sendo assim, algo de valor inestimável para a empresa.

Outra vantagem é que depois de ter o capital aberto as empresas podem lançar as Debêntures que são títulos de Renda Fixa muito atrativos para o investidor moderado e arrojado. Uma empresa só pode emitir esses títulos se tiver capital aberto na B3, e eles consistem em um empréstimo mais barato que os do banco para a empresa e muito mais rentáveis para os investidores.

Os IPOs são muito interessantes em diversos níveis, para a empresa, para o investidor e para o mercado como um todo, mas devemos tomar bastante cuidado em qual empresa confiaremos para um IPO, já que suas informações iniciais não são tão claras quanto as de empresas mais antigas na bolsa, porém, se bem selecionado, entrar no momento das emissões das primeiras ações é algo muito lucrativo.

O número de IPOs costuma subir muito em momentos que há entrada de muito capital na B3, mas pesquise corretamente sobre se vale a pena ou não aportar em determinada empresa.

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Abraço e bons investimentos

Atenciosamente


David Rocha é Assessor de Investimentos (AAI) e Educador Financeiro. Autor do Livro Tesouro Direto – Um caminho para a Liberdade Financeira